Ao longo de quase trinta anos como
empreendedor, vivenciei muitas situações e testemunhei tantas outras através
das consultorias que realizo; além das inúmeras histórias relatadas por alunos
em minhas aulas retratando suas biografias.
Ao entrevistar um candidato a uma
suposta vaga de emprego ou estágio via de regra ouvimos pedidos de
oportunidades, quase súplicas por uma co ou recolocação: “Realmente estou
precisando muito...” “...Estou muito agradecido pela oportunidade...” “...Muito obrigado, o senhor não se
arrependerá...”
Entenda que a questão que permeia a
situação não é o que a empresa fará por você, mas sim, o que você fará pela
empresa; estou tentando identificar alguém com o perfil para preencher uma
vaga, buscando ser surpreendido positivamente. Uma via de duas mãos onde ambos
se ajudam e alcançam bons resultados.
O tempo passa e os atestados médicos tem
como destino a mesa do gestor, a taxa de absenteísmo reflete negativamente sobre
o resultado mensal da instituição e as reclamações dos clientes passam a ser
frequentes. Até que: “Posso falar com o senhor?” “Estou com problemas e não
quero prejudicar a empresa, por isso mesmo teria como o senhor me demitir?”
“Com isso eu poderia receber meu auxilio desemprego, meu FGTS e resolver meus
problemas.” Se o empreendedor aceita esse tipo de acordo que simula uma
demissão ele está infringindo a lei e poderá ser penalizado por isso; embora o
funcionário momentaneamente lhe agradeça pelo arriscado gesto que o beneficiará
isso não o livrará de maledicências; que certamente ocorrerão caso não aceite a
“proposta” e o risco.
Se entendessem que nós empregadores
precisamos de bons funcionários tanto quanto eles precisam de bons empregos
poderíamos trabalhar em conjunto, cada qual com seus direitos e deveres, ônus e
bônus.
Em relação aos comentários, motivados ou não, perceba que algumas
pessoas lhe conhecem, muitas outras lhe imaginam para o bem e para o mal, nada
que você faça mudará isso. E quanto mais vitoriosa for sua trajetória mais
comentários serão tecidos a seu respeito. Já fui pedra, hoje sou vidraça; mas
todos sem exceção possuem telhados de vidro, a diferença é o tamanho da
vidraça.
Por falar em vidraças, em 1982 foi
publicado um estudo científico na revista The Atlantic Monthly uma teoria
elaborada por dois criminologistas americanos James Q. Wilson e George Kelling
chamada de teoria das janelas quebradas que afirma que se uma janela de um
edifício for quebrada e não for reparada a tendência é que vândalos passem a
arremessar pedras nas outras janelas ainda inteiras e posteriormente passem a
ocupar o edifício e destruí-lo. Portanto, mantenha suas vidraças incólumes e
transparentes como seus gestos, pois se mesmo assim elas forem apedrejadas quem
o fizer errará o alvo pela admiração de tantos outros que formam um escudo
protetor ao seu redor. Caso acertem, substitua logo o vidro quebrado e vigie
para que não se repita.
Um conselho para quem quer viver de
verdade: “Nunca prometa o que não possa cumprir.”
Boa sorte e bons negócios.
Celso
Cunha
Excelente artigo, meu amigo.
ResponderExcluirAbração!