domingo, 14 de janeiro de 2018

O SAPO TORCEDOR

Às vezes as coisas vão bem, outras vezes nem tanto.  No segundo caso analisamos todos os porquês possíveis e as estratégias para sair dessa desconfortável situação.  
Tive um professor de judô, bi campeão brasileiro, que tinha tiradas Homéricas, tais como:
_ “Se você está perdendo mude seu jogo, não insista em uma estratégia que já provou ser ineficiente.”
_ “ Tá doendo né? Mas, o que é a dor frente a eternidade da alma...”
Ensinamentos de um mestre que se aplica aos negócios. Sou administrador por formação e empresário por opção, consultor financeiro e professor; analisando o ambiente de negócios do país com redução brusca do capital de consumo, quase pela metade, milhares de empresas encerrando suas atividades e deixando empreendedores em situação financeira bastante desconfortável, me veio uma pergunta:
Até que ponto deve-se insistir em um negócio que vai mal e apura resultados mensais negativos?
Sempre ouvi dizer que o vencedor foi aquele que não desistiu; Não desista, insista... Coragem, determinação.... Mas, a pergunta que não quer calar: “Até que ponto deve-se insistir? 
O fluxo de caixa vira negativo faz tempo, o capital de giro foi consumido lá atrás, todas as reservas se foram na tentativa de ganhar tempo e superar a crise; vieram o cheque especial, empréstimos e o atraso nos impostos, na folha de pagamento e a debandada da equipe de trabalho passando pro time da concorrência.  E agora, insistir, desistir, persistir?
Sejamos menos espartanos, rígidos e mais cartesianos. O pensamento cartesiano começa duvidando de tudo, convencido de que tanto a opinião tradicional como as experiências humanas são guias de mérito duvidoso, Não é o que eu quero e sim o que é. Pense em adotar um novo método inteiramente isento da influência de ambos.
Se colocarmos um sapo em uma panela com água e acendermos o fogo ele não se mexe; encontra-se confortável e premiado.  Aos poucos a temperatura da água torna-se quente, muito quente, mas ele continua imóvel torcendo para esfriar.  Seria fácil pra ele sair dali, um pequeno pulo salvaria sua vida. Mas não, ele se tornou um torcedor e termina por sucumbir e boiar.
Passou do ponto; mas qual seria o limite?
Resposta: Cada um tem o seu, perceba-se.
Sapo voa? Não;
Sapo corre? Não;
Sapo rola? Não;
Sapo PULA.
Então, dê seus pulos. Busque novos ares, novas opções. A vida é feita de ciclos, Quem sabe o seu ai, nesse lugar, chegou ao fim.
Boa sorte e bons negócios.

Celso Cunha

Nenhum comentário:

Postar um comentário